Refugiados no meio urbano em Nampula: Modalidades de inserção, Redes de sociabilização e estratégias de sobrevivência

Autores: Aurélio Miambo

Resumo

Ao abrigo das normas vigentes, em Moçambique, o local reservado para acomodação dos exilados é o campo de refugiados de Marratane mas, apesar desta obrigatoriedade, refugiados vivendo no meio urbano são uma realidade. Este artigo interroga-se sobre este fenómeno. A abordagem apoia-se em dados empíricos resultantes de um trabalho etnográfico. O argumento central, deste artigo, pretende mostrar que a cidade é, igualmente, um local de refúgio para um número considerável de refugiados que encontram no exercício de actividades comerciais, formas práticas de sobrevivência, de contornar a dependência pela assistência humanitária, sobretudo alimentar, oferecida pelo Instituto Nacional de Apoio aos refugiados (INAR) e seus parceiros. A análise desenvolvida permite referir que os refugiados urbanos representam aqueles que recusam o campo de refugiados ou que a sua integração definitiva foi recusada. A sua inserção no meio urbano ocorre, algumas vezes, de forma clandestina com auxílio de suas redes de sociabilidade e a tolerância do Estado à essa realidade, traduz o engajamento mensurado na aprovação do direito de asilo, a difícil integração dos refugiados em Moçambique, a difícil elaboração de uma posição coerente sobre a presença de exilados no território nacional.

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